segunda-feira, 6 de junho de 2011

Esse é o reino onde toda história tem um problema e todo problema tem uma história

Há uma história dentro de um problema.
Há um problema dentro de uma história.
E eu tento decifrar,  
Mas o quebra-cabeça tem peças demais
Até mesmo para uma vida longa. 
E eu nunca conseguirei decifrá-lo por completo, 
Pois a cada dia
Há uma nova história
E um novo problema. 
Tudo se torna um circulo.
Tudo se torna um vício.  
Haverão feridas,
Haverão machucados
Até eu sentir que ainda existe vida.
Eu vou pensar em soluções
E não vou alcançar nenhuma. 
Há uma história dentro de um problema.
Há um problema dentro de uma história. 
Há desordem no centro.
Fuga.
Medo. 
Desonra.
O tempo tem manchado cada linha,
A tinta escorre
E eu me sento num banco de mentiras,
Onde me acomodo, 
Onde me procuro, 
Onde me encontro. 
Esse é o reino da imundice,
Da falta de caráter,
Da dor, 
Da violência,
Do pecado. 
Esse é o reino da imundice.
E castram.
E amarram as mãos.
E vendam os olhos.
E vendam a boca.
Há solução?
Esse é o reino onde toda história
Tem um problema.
Esse é o reino onde todo problema
Tem uma história.
E toda a sujeira tem honra,
Tem medalha,
Tem troféu,
E não há solução
Se não recomeçar, 
Zerar,
Reiniciar,
Apagar toda a memória,
E refazer.
Sente-se no banco da mentira.
Invente uma história. 
Crie um problema.
Castre,
Amarre
E vende.
O circulo continua, o vício continua. 
Há uma história dentro de um problema.
Há um problema dentro de uma história.
Há humanidade, mas não há humanidade.

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