três e quarenta e cinco
um poeta amargo
pueril, doente e desgastado pela noites
de insônia, pelos dias
em que
nada passa de descontentamento
de pessimismo
de incompreensão
alienação
não importa o cão que você tem
no bolso
não importa o teto que te cobre
não importa se
te servirão filé
ou osso.
a violência, a dor
e desrespeito estão aí
vagando as ruas e todos
os cantos, sem pedir
permissão...
e as drogas, e as bebidas
e os cigarros
já não são suficientes para
cobrir, para tapar
para enterrar
cada insanidade e o que
resta
é tornar-se louco igual
esquecer o senso
deixar o ódio realçar
as cores do dia mesmo que
elas sejam
vermelho
preto
cinza
e você se lembrará de dias que não
existiram e que ficaram
perdidos em algum
lugar
ao passar dos anos.
o colégio se foi
a faculdade se foi
e você entrega jornais
e bebe
e mija
e dorme
o primeiro amor se foi
o segundo se foi
e você se senta na sala
com paredes de madeira
com chão sujo
com sofá rasgado
e você lê o jornal
e você não se importa mais
porque a vida
...
você não se importa mais
está velho
o tempo está passando
correndo
e o
frio na alma
continua
e você não se importa mais
e nada mais importa
deliberadamente sentou-se
encostou-se
e nada
fez.
e nada
vale.
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